quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um legado em extinção

Há nove anos atrás, com o falecimento da minha avó, ficou um espaço vazio, um sentimento normal quando um ente querido deixa de estar entre nós neste plano terreno. Mas naquela época, mais do que a saudade, aproximava-se mais da extinção um legado. No início deste mês, vi mais uma vez essa relação se estreitar ainda mais. Trata-se do legado das matriacas.
Lembro-me da minha infância, juventude e também fase adulta, das festas na casa da minha avó Josefa Moreira de Siqueira Costa, "Zinha". A família toda reunida no Natal, no aniversário dela, enfim, todos tinham mais contatos. Hoje está cada vez mais raro reunir os primos, tios, filhos, netos etc. Porque já não existe mais a figura daquela"matriarca" que ficava à frente da organização da festa, do encontro, da reunião familiar. Nos dias atuais, se resume mais a um cumprimento, uma visita ou um telefonema.
No dia 11 deste mês, faleceu Maria da Glória Santos, coincidentemente com a mesma idade que tinha a minha avó Zinha: 86 anos. D. Glorinha, mãe do colega jornalista José Carlos Monteiro, que há anos reside no Rio de Janeiro, era avó do meu esposo Fábio. E em quse 24 anos de convivência, aprendi a admirar a mulher de personalidade forte, de pulso firme, em torno da qual girava toda a família.
D.Glorinha, dona de casa e bordadeira, criou 10 filhos, hoje nove, e a maioria está formada. E via todos eles, ao menos uma vez por semana, passar na casa dela para vê-la, e os que residem em outros Estados, ligarem. Nas festas, as casa ficava lotada. Além dos filhos, são dezenas de netos e também bisnetos, além de maridos, esposas, namorados e namoradas, que sempre se reuniam na casa dela nas festas.
Fábio, o mais velho dos netos, mantém até hoje o hábito de ir à feira e depois tomar café todos os sábados na casa, que para ele continua sendo da "avó". A sensação entre a família neste momento é de algo surreal. Se acostumar com a falta leva tempo, principalmente de uma pessoa cuja casa e família giravam em torno dela. Um autêntico exemplo de grande matriarca, aquela mulher que sempre estava ali, presente, para brigar, cuidar e defender a família.

domingo, 3 de maio de 2009

Aprendendo com prazer

Acordo sempre às 5h e minha filha, que estuda pela manhã, também me acompanha. Antesela acordava 40 minuto depois, mas hoje me pede sempre para que eu a chame assim que for levantar...Tudo isso estimulada para assistir a mini-novela "Tecendo o Saber", exibida de segunda à sexta pela Rede Globo, das 5h05 às 5h15.
É que o programa é baseado na obra do educador Paulo Freire, que prega a necessidade de transformar a educação em fonte de prazer, que resulta também em conhecimento. Além de atender a uma demanda educacional brasileira, o projeto visa resgatar a definição de aprendizagem como um processo permanente e contínuo. Através da educação de qualidade, os jovens podem contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país.
Com a proposta de levar conhecimento do ensino fundamental básico a jovens e adultos, a série exibe histórias que abordam de temas como sexualidade, trabalho, racismo, educação e meio ambiente, propondo melhoria na qualidade de vida e transformação da sociedade. Tudo através do Tecendo o Saber, é discutido de forma simples, mostrando que é possível cada um constribuir para um mundo melhor.
O núcleo de protagonistas é composto pelo emigrante nordestino Celestino, pela diarista Socorro e sua filha Bruna, pelo primo de Socorro, o também emigrante Francisco, pelo eterno desempregado Januário e por sua mulher, a gari Valdete. Narrado por Bruno Garcia, o programa contou com a participação especial de diversos atores como Camila Pitanga, Giulia Gam, Letícia Sabatella, Marília Gabriela, Max Fercondini, Sérgio Loroza e Suely Franco entre outros.
São 64 episódios, que estou asisitindo pela segunda vez. Além da Rede Globo, também é exibido pela TV Cultura e pelo Canal Futura. E deveria ser veiculado num horário mais acessível à crianças. De forma fácil, a minha filha entende a mensgem que o programa passa. E bem melhor que outros programas veiculados em horário que as crianças tem acesso, onde a sexualidade é muito aflorada e a maldade exacerbada também. Não que o mundo tenha que ser um conto de fadas, mas não creio que se deva exagerar em determinados temas.
O Tecendo o Saber é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho em parceria com a Fundação Vale e com o Ministério da Educação, parceiro na implementação do projeto, que estreiou em 2006.