quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um improviso que deu certo

Mais um texto que resgatei do fundo do baú, este dedicado à minha amiga e irmã Magna Santana. Em homenagem ao seu aniversário, relembro o que aprontamos com ela há alguns anos, na véspera desta data.

Postado em www.osmario.com.br, no dia 04/03/2002

Gastamos – eu e Marleide – quase 15 dias articulando como iríamos fazer uma festa surpresa de aniversário para a nossa amiga Magna Santana. O grande lance era o que inventaríamos para atraí-la ao escritório, num dia de sábado, véspera do seu aniversário. Os detalhes e enfeites da festa escolhemos algo ligado ao hallowen, já que é bem a cara dela se vestir de Tiazinha, Bruxinha e tudo mais.

Decidida a decoração, partimos para a segunda fase do plano que seria como atraí-la sem levantar suspeitas. Começamos então na sexta-feira a dar desculpas: eu inventei que iria para Itabaiana visita meu sobrinho. Marleide, também na sexta, começou a dizer que teve problemas com um homem reclamando do Alô Comércio – um serviço de som que temos no centro de Aracaju. O circo então começava a se armar, só não contávamos que saísse tudo tão perfeito. O G-7 - nosso grupo de amigos, formado também por Kátia Santana, Eclair Nascimento, Elton Coelho, Nivaldo Cândido e Jailton Santana -, entrou para ajudar e a armação foi legal.

Já no sábado, enquanto eu corria para providenciar os doces e salgados, Marleide ligava para Magna e dizia que estava com problemas sérios do escritório, que precisava da presença dela lá:

- Magna, o senhor está aqui reclamando do som e não sei mais o que fazer. É melhor você dá um pulo aqui, pois Xanda está em Itabaiana.

Entre a orientação de Magna, para que Marleide tentasse resolver o problema, acionamos Jailson, o nosso locutor, para também entrar no jogo e convencê-la: - Magna, é melhor você vir até aqui, pois o problema é grave, o homem fez um escândalo na portaria, Marleide está chorando e ele também chamou a polícia.

Do outro lado, já aflita e tentando resolver o problema, ela ordenou que Jailson descesse e cortasse o fio da caixa de som que estava incomodando:

- Daqui a dez minutos eu chego aí. Vou ligar para os meninos da portaria e falar com eles também (os porteiros do prédio também já estava avisados e cooperaram na encenação). O mais inusitado aconteceu, sem que nenhum de nós esperássemos: dois policiais subiram para entregar as chave de um veículo que havia sido perdida no calçadão,para que fizéssemos o anúncio. E eles terminaram também ajudando a gente, pois colocamos os dois sentados na entrada do escritório, aguardando Magna.

Embaixo, antes de subir, ela também se deparou com uma dupla de policiais, que a deixou mais apreensiva ainda. Assim que passou da portaria, os porteiros interfonaram informando que ela estava subindo. Nós estão acabamos de preparar o circo e poucos minutos depois ela olhava espantada para todos, tentando entender o que estava acontecendo. Ganhou chapeuzinho o língua de sogra e teve que apagar velinha também.

Entre surpresa e assustada, ela começou a ralhar do seu jeito típico:

- Estou tremendo. Isso não se faz. Já vinha preparada para dizer poucas e boas a este senhor....

Com todas as pequenas reclamações, a alegria da surpresa foi bem maior.

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